A culpa é de Hollywood.
Com seus filmes de amor e superação.
Com seus filmes de amor e superação.
Com suas
ideias de romances e luta.
Ah a culpa é de Hollywood!
Eu seria bem mais feliz se tivesse crescido
vendo filmes experimentais e conceituais.
Mas me
ensinaram a ver comédias românticas cujas mocinhas desengonçadas eram felizes
no final.
E que rapazes
complicados se tornavam os mais afetuosos e atenciosos amantes – balela.
Somos quem
somos.
A mocinha
loirinha bonitinha da infância sempre vai ser aquela que encontrará menores
dificuldades pelo caminho.
Ela vai se treinar direitinho para enfrentar os
desafios do mundo cão. E talvez até seja feliz.
Aquela meio
gordinha inteligente? Sempre vai ser inteligente e profissionalmente brilhante
fazendo dieta. Desejando ter sido mais burra e atraente.
O nerdzinho
pode até ser o mais bem sucedido mas sejamos sinceros - sempre será mais
complicado que o playboyzinho que se preocupa com o carro da moda e as
roupinhas de marca.
O playboyzinho
sabe o que quer da vida.
O nerdzinho sabe pensar sobre a vida. Ele sempre vai
refletir demais e querer enquadrar o mundo numa escola filosófica ou literária
e convenhamos: viver é muito mais que academia.
Viver requer
liberdade.
E todo bom rótulo está preso demais a muita descrição e definição que o
limita e o impede de simplesmente ser.
A culpa é de
Hollywood.
Eu, se tivesse crescido num mundo sem tanta gente
acreditando em tantos certos e errados talvez tivesse menor dificuldade em
perceber que caminhar sozinha é mais bonito.
E não me incomodaria tanto com os clichés.