terça-feira, 20 de setembro de 2011

na masmorra de si



Como cobrar sonhos de quem vive num mundo real em demasia? 
Num mundo real tão íntimo e repleto de certos e errados, possíveis e impossíveis assim deveras rigorosos...
Ela nunca aprendeu a fantasiar sem se sentir boba.
Ela nunca se deu o direito de dar a vida cores mais vívidas – essas que se confundem com a idéia de alegria.
Ela sequer sabe se é triste ainda que tenha um semblante por vezes um tanto acinzentado – desses que as gentes acham mais melancólico que o necessário.
Na verdade, ela esta encarcerada desde sempre.
Ela veio aprisionada para essa vida – aprisionada em si mesma e suas regras.
Presa numa formataçãozinha tão completa que ela se enxerga diferente de todos.
E não tendo sabido bem como é viver, sempre fora expectadora exemplar dum mundo cheio de possibilidades enquanto vivia num universo próprio das mediocridades cotidianas.
E sofre. E chora. E ao mesmo tempo ri e crê - paradoxalmente.
Crê que um dia ela há de ser livre e sonhar sem culpa e sem medo. Sem precisar de tantas certezas pelos arredores para se sentir viva.
E nesse dia andará sozinha e em paz.

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