quarta-feira, 30 de março de 2011

talvez

Talvez o que me estrague seja a pressa.
A conhecida pressa de decidir a vida numa tarde.
De escrever um romance inteiro numa página.
De voltar à velha forma num fim de semana de jejum.
Talvez o que me afogue seja o tempo.
Que me confunde o dia com meses.
Que me atropela os desejos no fim do dia.
Que me paralisa ao perceber as suas horas.
Talvez o que me tortura sejam as certezas.
Disfarçadas de talvez.
Camufladas por sorrisos.
Trancadas aqui dentro.

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